História e Cultura

História e Cultura

História do Município de Igarapé


Igarapé é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Localiza-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

Panorâmica Central (década de 40) atual Praça Miguel H. da SIlva (Small)

Panorâmica Central, década de 40. Atual Praça Miguel H. da SIlva

História

A atual cidade de Igarapé teve suas bases iniciais de ocupação do território no "garimpo de ouro" no distrito de São Joaquim de Bicase posteriormente na agropecuária. Para estabelecermos, sem margem de erros, as origens de uma cidade, devemos tomar como base fatos reais e não simplesmente pessoas. Certamente centenas de anos antes, por aqui já existiam fazendas e diversas famílias com residências fixas.Com base em documentos podemos afirmar que por volta de 1830, já existia muita gente vivendo no próprio local que seria mais tarde o Barreiro e ,posteriormente, a cidade de Igarapé. Mas estas pessoas nada fizeram de notável para que delas tivéssemos sólidas lembranças. Suas principais ocupações eram o trabalho rotineiro na fazenda e o objetivo que tinham em mente era o desenvolvimento econômico de seu próprio negócio. Ninguém, talvez, tivesse sequer o pensamento de construir algo em benefício comum, por exemplo, a construção de determinado trecho de estradas que favorecesse o transporte entre as fazendas. Cada um se preocupava consigo mesmo, sem se importar com o crescimento do lugar. Portanto, a idéia de que a origem da cidade remonta a estas antigas fazendas aqui existentes, não pode ser tomada como o marco da fundação de Igarapé. Afinal, naqueles tempos, ninguém antevia a possibilidade de vir a ser aquele lugar, a cidade que hoje vemos. Em 1880, quando o distrito de São Joaquim de Bicas entrava na sua fase de florescência, com a igreja, vigário e até Cartório de Paz, o Barreiro era constituído apenas por fazendas e fazendeiros. Aliás, é provável que nem o nome Barreiro já tivesse sido dado ao local, pois, só em 1894 encontramos em documentos o nome Barreiro. Já nessa época encontramos aqui diversas famílias que teriam sido alicerces sobre a qual se solidificou a cidade. A divisão de 1911 foi outro fato importante para o progresso. O Barreiro que era constituído de velhas fazendas, e, conforme já foi dito, tornou-se um lugar cobiçado por centenas de pessoas. Daí nasceu a necessidade de se criar casas comerciais e a construção de uma capela maior.

 

Cruzamento entre as avenidas Gov. Valadares e Prof. Clóvis Salgado Acervo-Joaquim Henriques da Silva (Small)

Cruzamento entre as avenidas Gov. Valadares e Prof. Clóvis Salgado (acervo: Joaquim Henriques da Silva)

LAGOA DOS POMBOS

Recebeu esta denominação porque naquele tempo o ponto de descanso dos tropeiros era à beira de uma lagoa, onde hoje se localiza o Posto Barra Limpa. Na hora do lanche dos tropeiros os pombos apareciam para catar os restos da alimentação, que ali ficavam.

BARREIRO

Barreiro surgiu em conseqüência da grande quantidade de barro próprio para o uso de cerâmica que havia na região. Assim que os viajantes perceberam que o barro poderia ser utilizado para a fabricação de telhas e tijolos, Lagoa dos Pombos passou a ser uma nomenclatura do passado.


Barreiro era constituído apenas por três fazendas: Fazenda Boa Vista, Fazenda Duarte e Fazenda Rego. Eram três fazendas reminiscências de alguma antiga sesmaria, cujo resultado foi tão frustado como de muitas capitanias no Brasil.
Assim sendo, esse terreno com 1.111 alqueires, tornou-se terreno devoluto, seus ocupantes eram apenas posseiros. Nenhum deles possuía qualquer tipo de documentação em relação ao terreno em que moravam.


Os posseiros, entretanto, dividiam as terras cedendo partes a outros interessados.
Em 1909 é que se deu início à grande divisão desse terreno. Essa divisão só se efetivou em 1911, sendo entregue à cada um o quinhão a que tinha direito, ficando as terras divididas em comum com os diversos proprietários. O interessado deveria depois mandar registrar sua parte, averbando seu próprio formal de partilha. Daí por diante é que os ocupantes passaram a ter documentos referentes ao terreno ocupado.


Nesta época, o Barreiro nem era propriamente um povoado. Como foi falado anteriormente era um simples aglomerado de pequenas e velhas fazendas mais ou menos perto umas das outras.


Na divisão de 1911, Alexandre Nunes tornou-se legítimo possuidor de 159 mil metros quadrados de terra. A divisão de 1911, foi realmente um fato de grande importância sobre a qual se solidificou a base do progresso, originando a conjuntura dos atos de cada elemento, tendo-se como resultado um benefício comum. Daí veio o progresso do Barreiro. No dia 31 de julho de 1913, o cartório de Paz e a residência do escrivão foram transferidos do distrito de São Joaquim de Bicas para o povoado de Barreiro.

 

IGARAPÉ

Em 1938, o Barreiro foi elevado à vila de nome Igarapé. O nome, que vem do tupi-guarani, significa “caminho da canoa”, foi sugerido pela então esposa do governador de Minas Gerais, Benedito Valadares, Dona Odete Valadares. Passando pela cidade, ela notou a existência de vários córregos, semelhantes aos igarapés, existentes na Amazonas.

 

Criação do município

 

Em 1931 foi criado o distrito pela lei n.º 50 Ainda em 1931, o decreto n.º 10.002, de 30 de julho transferiu a sede do distrito de São Joaquim de Bicas para o povoado do Barreiro, com o nome de Igarapé. Pertencia ao município de Pará de Minas. O decreto lei n.º 148 de 30 de dezembro de 1938, transferiu o distrito de Igarapé do município de Pará de Minas para o de Mateus Leme. A luta travada por Miguel Henriques da Silva e outros em 1958,em prol da emancipação política do município, viu nascer seus frutos quando a 30 de dezembro de 1962, a Assembléia Legislativa do estado de Minas Gerais aprovou a Lei n.º 2764, criando o município de Igarapé. Igarapé ficou pertencendo ao município de Mateus Leme até 1963, época em que foi instalado o município de Igarapé.. O município de Igarapé foi oficialmente instalado no dia primeiro de março de 1963, em sessão solene, realizada sob a presidência do Senhor Murilo de Oliveira.

 

Praça Matriz-década de 60 (acervo-E.E.Professora Mª de Magalhães Pinto) (Small)

Praça Matriz, década de 60 (acervo: E.E.Professora Mª de Magalhães Pinto)

Carta de pedido de emancipação de igarapé


Emancipação de Igarapé, 1° de Março de 1963

DD.SR. Intendente

Bondoso Vigário Frei Bruno

Sr. Prefeito de Mateus Leme
Autoridades e pessoas presentes




1° de Março de 1963. É o mais belo dia que assinala no calendário igarapeense.
Em uma sexta-feira de sol, o mais lindo, o mais luminoso, o mais festivo sol que para nós já brilhou no céu brasileiro.
E porque Deus o fez assim tão belo?

Foi com certeza para servir de cenário e a este grande acontecimento que hora se realiza.

Ao toque da alvorada, como sacudidos pelas notas de um clarim matinal para anunciar que, de agora em diante unidos teremos que trabalhar, lutar e ate mesmo nos sacrificarmos para que possamos realizar tudo pelo engrandecimento desta terra que tanto queremos e amamos que é Igarapé. Surge nesta data um vastíssimo horizonte no qual nos deparamos com tudo que de belo existe, e esperamos que, graças à boa vontade de nosso boníssimo governador Dr. José de Magalhães Pinto, veremos em breve nossa cidade muito bem construída, dotada de todas instituições necessárias, porquanto, seu governo tem sido um governo de progresso, de estímulo e de consciência.

Que Deus o conserve sempre dinâmico e justiceiro, é nosso desejo.
Dr. Murilo, vossas palavras na noite do dia 21, ficaram bem gravadas nos corações deste vosso povo, e temos fé que cumpriremos tudo quanto nos aconselhastes. Bem sabemos que a base muito influi na construção de um prédio, para sua fortaleza e porque não explicar logo que este importante monumento que por decreto de 31 de dezembro de 1962, assinado por nosso DD. Governador, cuja pedra fundamental está sendo lançada durante esta cerimônia e que a cidade de Igarapé, cuja chefia está confiada ao dedicado Dr. Murilo; temos certeza que não ficará térreo, mas será brevemente um lindo arranha-céu de tantos andares quanto for possível para ascensão de todos os corações generosos das pessoas amigas que aqui se acham a fim de nos ajudar a festejar esta inesquecível efeméride da Emancipação de Igarapé. Ao Dr. Magalhães Pinto o nosso muito obrigado e que esta gratidão se estenda também a um filho desta terra que não poupando esforços, não medindo sacrifícios muito fez por seu engrandecimento, ele e o Sr. Miguel Henriques da Silva.
De fato senhores, para nós habitantes desta adorável é um sonho, sonho que sempre alimentamos, mas esperávamos da Providência Divina sua realização, pois sabíamos que tínhamos ao nosso lado um forte baluarte na pessoa do então Intendente Dr. Murilo, que sem perda de tempo trabalhou desejando sempre a elevação desta vila à cidade.

Ao Sr. Francisco Hulmam e Senhora igualmente tem cooperado pelo engrandecimento deste lugar, a nossa gratidão.

Desejamos, portanto sermos amigos leais e unidos de todos os habitantes, não só desta sede, mas também dos distritos e povoados, esperando que desta hora em diante sejam nossos amigos, nossos arrimos, nossa defesa.

Tenho dito.

 

COMÉRCIO

O comércio de terras era feito, conforme dizia os antigos moradores do local, em troca de café, toucinho e rapadura.

 

Av. Gov. Valadares (década de 60) acervo- Maria do Freaguesia (Small)

Av. Gov. Valadares, década de 60. (acervo: Maria do Freaguesia)

CONSTRUÇÃO DA PRIMEIRA CAPELA

Em 1917, Alexandre Nunes decidiu construir por sua própria conta uma capelinha. E assim lentamente, o local foi se transformando em povoado. A palavra povoado só começou a aparecer em documentos a partir de 1922, o que nos induz a dizer que nesta época, Barreiro, já era um povoado graças à capelinha que Alexandre Nunes erigiu em honra a Santo Antônio.


Alexandre Nunes não foi o fundador de Igarapé, apenas contribuiu para o progresso da cidade, erguendo uma capelinha devido à uma promessa feita à Santo Antônio. Como ninguém havia reconhecido nada de significante para o progresso antes de Alexandre Nunes, de tão importante, ele foi dito como fundador da Cidade.

A SEGUNDA CAPELINHA

Em1925 foi construida a Segunda capelinha e a atual Igreja matriz de Igarapé foi erguida no mesmo local da primeira, poucos anos depois, com a contribuição dos moradores. A capelinha que Alexandre Nunes construiu, já não era suficiente para comportar as pessoas que aqui residiam e desejavam fazer, naquele quartinho, suas orações e promessas.


O povo em geral colaborou com a construção da nova capela, oferecendo donativos ou serviços para que a obra tivesse prosseguimento normal e ficasse pronta dentro de pouco tempo. O povo entendia o quanto era importante a construção daquela segunda capela, visto que nas rezas do mês de maio e por ocasião dos festejos do rosário nos meses de agosto e outubro, o fluxo de pessoas era impressionante. Logo o lugar cresceu e a população aumentou.

TRANSPORTE

Até 1948, o transporte entre os municípios era feito exclusivamente por animais, pois, não havia ainda estrada que permitisse tráfego de veículos motorizados.

ORDEM PÚBLICA

A ordem pública nos tempos do Barreiro era mantida à custa de sacrifícios por parte dos delegados. O policiamento era escasso, apenas com o delegado que exercia o mandato como voluntário.

Av. Gov. Valadares-decada de 70 (acervo maria do Freguesia) (Small)

Av. Gov. Valadares, década de 70 (acervo: Maria do Freguesia)

ESCOLAS

Particular

O prédio da primeira escola a funcionar era simplesmente um barracão, situado num local onde hoje é a rua Lagoa Dourada, um pouco acima da casa comercial do Senhor Pedro Henriques.


Foi construída por Fernando Emílio de Menezes, por volta de 1908, com a ajuda dos poucos pais e alunos aqui residentes. Os professores eram pagos pelos pais dos alunos. O ensino era particular. A primeira professora foi Maria Cândida de Oliveira Bambirra.


Apesar da precária situação da escola, ela foi de grande utilidade, pois serviu para a formação de tantos elementos que mais tarde foram figuras importantes na história do município.

Pública

Em 1910, o ensino primário público no Barreiro foi oficializado, oferecendo assim maiores possibilidades de estudo para toda a população em idade escolar com a implantação do ensino gratuito.


Dona Balbina Antunes Pinina foi a pioneira no ensino da escola pública do Barreiro. Era natural de Itatiaiuçu, mas trabalhou com desvelo, pela causa do ensino no povoado do Barreiro, demostrando a peculiar dedicação de uma educadora. A escola funcionava no mesmo barracão, até que fosse substituído pelo prédio do grupo escolar Professora Maria de Magalhães Pinto, inaugurado em 1936. 

 

Banda Lira de Santo Antônio-decada de 80 (acervo E.E.Professora M. de M. Pinto) (Small)

Banda Lira de Santo Antônio, década de 80 (acervo : E.E.Professora M. de M. Pinto)

Alexandre Nunes

 

Pode-se garantir que as origens de Igarapé são bem anteriores à época em que viveu Alexandre Nunes. Entretanto, o povo o consagrou fundador da cidade. Para todos é ele o principio de tudo, pelo menos, na opinião de muitos, pois que antes dele outras famílias habitavam o local e, talvez nem queriam se estabelecer em outro município.

Seu nome é decantado por todo o povo como o fundador da cidade e este povo lhe atribuiu algo que talvez nem mesmo ele tivera a intenção de fazer. Tornou-se Alexandre, personagem misterioso, quase fantástico; muitos o conhecem, entretanto, poucos sabem alguma coisa a seu respeito. A grande maioria das pessoas que interrogamos acerca de Alexandre Nunes se limitava a dizer que ele era louco, doente, que construiu uma capela em um terreno que ele próprio havia doado para a formação do patrimônio de Santo Antônio. Outros o têm na conta dos pioneiros, dos primeiros povoadores de Igarapé. Alexandre Nunes era filho de Antônio Nunes Ferreira e Ana Gonçalves Barbosa. Alexandre nasceu em 1874 na Fazenda Boa Vista, onde passou quase toda sua vida. Desde criança Alexandre tinha um mal incurável oriundo de uma sífilis aguda que lhe provocou uma úlcera crônica nas pernas. Essas feridas eram dolorosas e lhe impediram de gozar uma perfeita saúde. No inicio não tinha condições de trabalhar porque o contato com a terra infeccionava ainda mais suas feridas e o seu repouso devia ser absoluto. Além de crônica, sua doença não poderia ser tratada, porque a cicatrização gerava nele uma espécie de loucura, ficava abobado, com idéias extravagantes e sem sentido. No local onde Alexandre residia, havia uma área onde o terreno era lodoso, com barro próprio para a confecção de telhas e tijolos, que eram bastante comerciáveis na época. Certo dia Alexandre começou a fabricar imagens de Santo, chegando a fazer centenas, mas logo veio o desânimo, já que suas obras não interessavam os moradores das fazendas.

Mais tarde, construiu um alambique, empregando a mesma argila utilizada no fabrico de telhas. Eram idéias que iam avante, tendo-se em mente o estado de saúde de Alexandre. Foi aí que surgiu a vontade de se erigir uma capela onde o enfermo implorou melhor saúde através de um milagre de Santo Antônio. Alexandre Nunes encomendou a um velho conhecido como Tripaldi, que residia em São Joaquim de Bicas, uma imagem do Santo em cedro para ser colocado no altar da capela. Alexandre Nunes vendeu à Domingos José Rosa a Fazenda Olaria mais ou menos em 1930, e mudou-se para o povoado onde construiu no terreno que ele doou ao patrimônio de Santo Antônio, pequena casa de residência (hoje igreja de São Vicente), vivendo ali sozinho o resto de seus dias, pois sua esposa já havia falecido e não tiveram filhos. Com o tempo o dinheiro da venda da fazenda foi diminuindo e agora velho, doente, incapaz para o trabalho, acabou sendo socorrido pela própria Conferência Vicentina, a qual pertenceu como confrade. Seus derradeiros dias de vida foram ainda mais penosos. Na virada da vida nem mesmo parente ali estava para consolá-lo e socorrê-lo. Estava extremamente pobre e doente. Restou-lhe apenas uma casinha na Vila Vicentina onde viveu até que um dia foi levado para Belo Horizonte e internado na Santa Casa de Misericórdia.

Faleceu pouco depois, pobre e abandonado. Ninguém teve a iniciativa de dar-lhe sepultamento honroso. Aí está o que há de mais importante na vida deste homem simples, humilde e sofredor.

 

Praça Matriz-década de 60 (acervo-E.E.Professora Mª de Magalhães Pinto) (Small)

Praça Matriz, década de 60 (acervo: E.E.Professora Mª de Magalhães Pinto)

MIGUEL HENRIQUES DA SILVA - Centenário de nascimento em 29/09/2009

 

No ano do centenário de nascimento de um dos mais célebres igarapeenses de todos os tempos, façamos uma reflexão para relembrar a inefável epopéia de um herói pragmático e discreto.


Miguel Henriques da Silva foi o sétimo dos nove filhos do casal Francisco Henriques da Silva e Ana da Conceição Prado. Nasceu na Fazenda Tatu, município de Igarapé, em 29 de setembro de 1909, dia de São Miguel.


Para freqüentar a escola, percorria cerca de 06 Km por dia, tendo concluído a 3ª série do primeiro grau, o mais elevado ministrado na época em escola pública de povoado.

Tinha um grande fascínio pelos livros, o que o ajudou a ultrapassar os limites de sua pouca escolaridade. Possuía conhecimentos e práticas em muitas áreas. Trabalhou na lavoura, pecuária, engenho de cana-de-açúcar, comércio e relojoeiro.


No dia 29/09/1934, data que completou 25 anos, casou-se com sua prima Rosa Angélica do Prado e tiveram nove filhos. Em 1935 iniciou sua carreira de funcionário público, sendo designado Fiscal de Obras da Prefeitura de Pará de Minas, com exercício em Igarapé.


Uma das suas primeiras conquistas para Igarapé foi a construção da primeira estrada de rodagem, ligando o então Distrito a Belo Horizonte e outros municípios vizinhos. Esta obra foi construída com pás, picaretas e enxadões, não havia tratores na região.

Conseguiu intermediar a verba para o primeiro prédio escolar estadual, onde funciona atualmente a Escola Estadual Professora Maria de Magalhães Pinto.

Eleito duas vezes para o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Mateus Leme, que era exercido sem nenhuma remuneração. Elegeu-se Vice-Prefeito de Mateus Leme, no período de 31/01/55 a 3101/59, com votação expressiva e histórica ganhou repercussão e prestígio político e conseguiu o fornecimento de energia elétrica para Igarapé, através do DAE/MG, que foi inaugurada no dia 07/09/57, com grande festa.

Sua residência era o ponto de encontro de líderes comunitários e políticos e de onde surgiam sempre as soluções para os problemas da comunidade. Para recebê-los bem, contava sempre com o apoio da esposa.


Em 1941 inicia um grande desafio, a construção da nova Igreja de Santo Antônio, uma obra gigantesca e suntuosa em relação a população da época. Miguel presidiu todas as comissões encarregadas da construção e durante mais de 20 anos trabalhou, juntamente com sua esposa e a participação generosa e efetiva da comunidade, para conseguir os recursos necessários. Paralelamente, cuidou da construção da Casa Paroquial. Durante vários anos foi o Presidente do Conselho da Paróquia de Santo Antônio.

O interesse do casal para o melhoramento do nível de ensino pudesse ser melhor, levou-os a acolher em sua residência, professoras habilitadas de outras cidades.

Em 1949 Miguel e Rosa decidem fazer uma gigantesca aventura, fixar residência em Belo Horizonte para que os filhos pudessem dar continuidade aos estudos. A esposa residia com parte da família em Belo Horizonte. Miguel por ser funcionário público continuou em Igarapé com alguns filhos. A família ficou dividida, mas os ideais multiplicados. Conseguiram dar formação profissional para todos os nove filhos.

Trabalhou intensamente para a implantação do fornecimento de água, tanto que para o abastecimento de Igarapé a água era retirada em terreno de sua propriedade.
Trabalhou intensamente para a implantação do fornecimento de água, tanto que para o abastecimento de Igarapé a água era retirada em terreno de sua propriedade.

Possuidor de grande sensibilidade musical manejava bem vários instrumentos sem jamais ter freqüentado aula de música, por isso sempre incentivou e apoiou a formação da banda de música no município.


Fez um curso intensivo de veterinário em Belo Horizonte para inspecionar e garantir a boa qualidade dos produtos dos frigoríficos instalados em Igarapé e Bicas, a fim de mantê-los sempre em funcionamento.


O primeiro Plano Diretor de Igarapé foi elaborado por Miguel Henriques da Silva. Foi ele que locou e abriu as principais avenidas, praças e ruas de Igarapé, dando a elas as denominações, inclusive a Rua Cristóvão Colombo, que hoje tem o seu nome.

Em 1962 a Assembléia Legislativa apresentou projeto de emancipação de Distritos e Miguel Henriques vai a luta buscar a adesão dos políticos e lidera o movimento que resultou na aprovação da Lei 2.764, criando o município de Igarapé. A instalação oficial foi no dia 01 de março de 1963.


Foi eleito para o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Igarapé, para o período de 31 de janeiro de 1967 a 31 de janeiro de 1971, sendo o Presidente da Câmara nesse mesmo período.


Sócio benfeitor da fundação da Biblioteca Municipal de Igarapé incentivou a fundação do Colégio Comercial, hoje, E.E. Santa Chiara.


Fez a demarcação e ajudou na construção do cemitério, foi vicentino, cursilhista e dirigente de curso de preparação para o batismo em sua Paróquia.


No dia 29/06/2000, como reconhecimento por todas as suas lutas e dignidade de cidadão igarapeense, o poder Executivo e Legislativo se dignaram a prestar-lhe uma significativa homenagem, dando a denominação da principal Praça de Igarapé de ?Praça Miguel Henriques da Silva?, onde se encontra o seu busto esculpido em bronze. Ali ele continua a receber os visitantes da Praça e a contemplar o progresso de sua tão querida terra natal.


Faleceu em uma manhã de domingo, no dia 22 de junho de 1986.

 

Fontes:

Acervo Prefeitura de Igarapé

http://www.igarapemg.com.br/historia.htm

http://igarapemg.com.br/historia/historia.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Executivo

www.ikipedia.org