Os rompimentos das barragens de Fundão, da Samarco, em Mariana, e B1, da Vale, em Brumadinho causaram duas das tragédias ambientais mais relevantes pa

No dia mundial do meio ambiente, Minas volta os olhos para a mineração após dois grandes desastres

O estado de Minas Gerais, que tem a mineração em seu nome e, até hoje, ainda tem a economia de muitas cidades dependente da atividade, vive dias de tensão. Nesta quarta-feira (5) em que comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, Minas volta os olhos para os desastres ambientais.

Termos da mineração como barragem, talude, rejeito de minério, mina, cava, lama e outros ocuparam as conversas informais e se tornaram alguns dos assuntos mais falados ultimamente.

Duas grandes tragédias chamam a atenção para a atividade e para o meio ambiente: os rompimentos da barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015 e o da barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro de 2019. Mais de 250 pessoas morreram nos dois desastres e 25 pessoas ainda são procuradas na última cidade. Uma das 19 vítimas de Mariana nunca foi encontrada.

Desastre em Brumadinho

Lama resgate Brumadinho — Foto: Danilo Girundi/GloboLama resgate Brumadinho — Foto: Danilo Girundi/Globo

Lama resgate Brumadinho — Foto: Danilo Girundi/Globo

No dia 25 de janeiro de 2019, outra barragem, menor que a de Fundão, se rompeu na Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O desastre ambiental é considerado menor que o causado em Mariana, mas a tragédia humana é muito maior.

Duzentos e quarenta e cinco corpos já foram reconhecidos, a maioria deles por exame de DNA. Outras 25 pessoas ainda são procuradas. Até o momento, o Corpo de Bombeiros, que ainda busca corpos, faz a maior operação de resgate da história.

De acordo com a Semad, a lama com rejeitos da barragem B1 atingiu a bacia hidrográfica do Ribeirão Ferro-Carvão; córrego da Olaria, córrego Samambaia, córrego Tijuco e Rio Paraopeba, que desagua no Rio São Francisco.

Uma expedição realizada no Rio Paraopeba verificou que os rejeitos não ultrapassaram os limites do reservatório de Retiro Baixo e, com isso, não atingiram o Lago de Três Marias e nem o “Velho Chico”.

Rio Paraopeba em Pará de Minas — Foto: Reprodução/TV GloboRio Paraopeba em Pará de Minas — Foto: Reprodução/TV Globo

Treze pessoas são investigadas pelos crimes envolvidos na tragédia. Comissões parlamentares de inquéritos (CPI) foram instalada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na Câmara dos Deputados e no Senado para investigar o desastre.

O Ibama multou a Vale no valor de R$ 250 milhões, referentes a cinco autos de infração. Nada foi pago ainda.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o valor será convertido em investimento em sete parques ecológicos do estado.

Já a multa aplicada pelo governo de Minas Gerais de mais de R$ 99 milhões foi paga, segundo a Semad.

A Vale informou que além de pagamentos de valores emergenciais a famílias impactadas pela tragédia, ainda realiza ações de recuperação ambiental.

Em seu site, a mineradora garante que o Rio Paraopeba será recuperado. Cinco pontos no rio são monitorados 24 horas por dia por meio de sondas automáticas.

Além disso, outros 65 pontos de monitoramento da água foram instalados no córrego Ferro-Carvão, nos Rios Paraopeba e São Francisco, nos reservatórios das usinas de Retiro Baixo e Três Marias e outros oito afluentes do Paraopeba.

A mineradora ainda afirma que segue fazendo resgate de animais.