Atlético-MG tenta reduzir ao máximo os custos da nova arena antes de apresentar os números ao Conselho Deliberativo; próximo passo é a aprovação na Câ

Presidente do Galo garante que sonho do estádio está avançando e justifica demora: “Tem que dar muito lucro”

O Atlético-MGtem levado o “sonho da casa própria” de um jeito bem mineiro: quieto e semmuita pressa. O projeto de ter o próprio estádio, que tem sido falado desde2014, toma forma aos poucos. A demora tem um motivo: o Galo está estudandometiculosamente cada detalhe para garantir que a arena dê lucro. Mas os númerossequer foram apresentados ao Conselho Deliberativo do clube, que é quem vaidecidir se a obra sai ou não, como explica o presidente Daniel Nepomuceno, ementrevista ao GloboEsporte.com.

- Está bemclaro: é o Conselho que vai decidir. A gente vai trazer isso para o Conselhoainda. Os números têm de ser apresentados. O estádio tem que ter segurança deque vai dar lucro. E muito lucro. Tem que colocar isso na mesa. Para ter lucro,temos que reduzir os custos. O que posso falar é que a cada semestre que passa,a gente reduz o custo do estádio.

O torcedorpode se perguntar: “o que falta resolver? Por que as obras não começam logo?”.O presidente explica.

- A gente estáavançando em todos os segmentos. São 10 pilares. Coisas como Naming Rights,estacionamentos, eventos, feiras, tecnologia, comida, bebida, entre outras. Nasdez áreas, estamos avançando. Os estudos estão sendo bem feitos, estamosapurando os números. Quanto vale uma vaga? Tem que entender isso. Vale a penater 4 mil vagas? 6 mil vagas? 8 mil vagas? Vamos ter investidores nisso, não ésó o Atlético. Quanto vale um roteador de internet? Estamos computando tudoisso, os números nas dez áreas.

Ficou claro,portanto, que ainda há muito o que se decidir para, aí sim, apresentar tudo aoConselho do clube. Enquanto isso, o Galo se movimenta para resolver, também,toda a questão burocrática. A obra já foi discutida com a comunidade emaudiência pública no fim do ano passado, por exemplo, o que representou umgrande avanço. O próximo passo é a aprovação do projeto de lei na CâmaraMunicipal de Belo Horizonte. Bernardo Farkasvölgyi, arquiteto responsável,espera que isso se resolva já neste mês de maio.

- Em termos detrabalho de engenharia, já estamos fazendo um bom desenvolvimento. Deestrutura, instalações elétricas, hidráulicas, tecnologia, acústica. Tudo issojá está em trabalho. Com relação à burocracia, o próximo passo é a aprovação naCâmara Municipal. Estamos aguardando o envio do projeto de lei para a Câmara –quem faz é o executivo -, para poder dar o próximo passo. A expectativa minha,como técnico, é que neste mês de maio vá (para a Câmara).

De onde vem o dinheiro?

O capital paraa construção do estádio virá de investidores e parceiros do Atlético-MG. DanielNepomuceno, presidente do Galo, garantiu que nenhum centavo do futebol do clubeserá tirado para ajudar nos custos das obras.

- Vamosconstruir o estádio todo com dinheiro de investidores. Mas o mais importante émanter a capacidade, a receita e a capacidade com isso. É dinheiro deparceiros, de gente que quer ser parceiro do Atlético. Não tem dinheiro defutebol nisso. Não estou tirando um centavo desse dinheiro (do futebol) paracolocar no estádio. E não tirarei dos futuros. Não tem um centavo do Atléticopara fazer estádio. Dinheiro vem de parceiros e de gente que quer explorar osativos que eu falei: comida, bebida, naming rights, tecnologia. São algunsativos que fecham a conta. Não tem nenhum centavo do Atlético. Tudo deparceiros, 100%.

Se o estádiofor mesmo construído, os parceiros vão lucrar, como explicou o presidente, comvários ativos. A receita de bilheteria, porém, será toda do Atlético-MG, comexceção de espaços VIP, como camarotes, por exemplo.

Três casas?

Se vai sair aarena atleticana ou não, só o futuro vai dizer, mas o clube está bem confiante.Em um jornal institucional do Atlético-MG, na parte sobre estádios, há trêspáginas completas: a primeira fala do Mineirão; a segunda, do Independência; aterceira, da "Arena do Galo", com os seguintes dizeres, em trêsidiomas.

- O projeto danova arena está aprovado e, em breve, a grande nação atleticana terá uma casaplanejada nos mínimos detalhes, dentro dos mais rigorosos padrões de qualidadedo mundo. Uma casa com capacidade para 44 mil torcedores apaixonados.

De acordo como projeto mais recente, o novo estádio do Atlético-MG terá capacidade para45.400 expectadores. O terreno - já reservado - é no bairro Califórnia, regiãonoroeste de Belo Horizonte.