Diferente de Campina Grande, Galo cria muitas chances perante a Caldense, mas tem baixo aproveitamento ofensivo e defesa volta a pecar em contra-ataqu

Análise do Atlético-MG: pressão aumenta antes de decisão, e contra-ataque vira ponto fraco

A derrota do Atlético-MG contra a Caldense, no domingo, ficará marcada por um erro no fim do jogo cometido por Zé Welison. O volante saiu de campo vaiado e escoltado por companheiros, principalmente por Dudamel (que o defendeu na coletiva de imprensa). O gol da vitória da equipe de Poços de Caldas, entretanto, escancara muito mais um erro tático do que individual. Não foi a primeira vez que o Galo do técnico venezuelano teve que contar com a sorte diante de um contragolpe rival.

- Produzimos muitas opções (de ataque). Perdemos por duas ações de futebol. Atacamos, criamos e não concluímos. Então, o futebol cobra - afirmou Dudamel.

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Dudamel deixou o Mineirão elogiando a produção ofensiva da equipe. O Galo realmente dominou o jogo e deu bastante trabalho ao goleiro Alyson. Mas só conseguiu chegar ao gol em bola parada. Foi em escanteio que Igor Rabello empatou o jogo. Por outro lado, a defesa alvinegra fica bastante exposta em lances assim. Contra o Campinense, ficou evidente uma falha de posicionamento em córner ofensivo. Diante da Caldense, o próprio Zé Welison chegou a salvar um lance parecido, pouco antes de tentar driblar e ter a bola roubada na jogada que o fez ser fortemente vaiado.

Com as imagens paradas, é possível observar que apenas dois jogadores ficam fora da área no escanteio ofensivo. O que pode ser considerado arriscado, pois tanto contra Campinense, e também diante da Caldense, o time adversário já colocou três jogadores fora da área quando afastou o perigo. No lance de domingo, Marquinhos não acompanha o homem da Caldense na meia lua. Com isso, só Zé Welison e Guilherme Arana ficam na linha de defesa e separam o ataque do time visitante de Victor. Zé se atrapalha com a bola e o contra-ataque com mais atacantes que marcadores foi formado. (veja os frames abaixo).

Lance no qual Zé Welison falha e a Caldense marca o gol da vitória — Foto: TV GloboLance no qual Zé Welison falha e a Caldense marca o gol da vitória — Foto: TV Globo

Um lance de erro tático, que pode pegar qualquer time bem formatado desprevenido. Mas quando ele é contumaz, é preciso refletir e mudar. Diante do Campinense, um contra-ataque similar não resultou em gol por incapacidade do rival. O Atlético pressionou, criou chances e viu, por exemplo, o meia-atacante Nathan jogar bem na armação de jogadas, Guilherme Arana se sobressair na lateral-esquerda e Hyoran, ainda que em atuação de erros, aparecer a todo momento; mas Ricardo Oliveira pouco apareceu, Marquinhos não estava inspirado e Patric com erros técnicos.

Por falar em Marquinhos, mais um erro de posicionamento que custou caro. A Caldense abriu o placar após o goleiro Alyson defender com tranquilidade uma tentativa de cobrança direta de falta de Hyoran. Lançou a bola e, sem explicação, Marquinhos estava na linha de defesa. A bola quicou, o baixinho perdeu o tempo e afastou mal. Para tentar se recuperar, tocou sutilmente no atacante.

Marquinhos era o último homem do Atlético em lançamento da Caldense — Foto: TV GloboMarquinhos era o último homem do Atlético em lançamento da Caldense — Foto: TV Globo

Pênalti que pavimentou a derrota atleticana, que aumenta a pressão para cima de Dudamel, mas também nos jogadores, isso a dias de enfrentar o Unión pela Sul-Americana. Será preciso um jogo perfeito para o Galo conseguir um milagre. E olha que o que mais haverá de ter no Independência é espaço para contra-ataques dos argentinos.