POLÊMICA EM BETIM


O prefeito de Betim Vittorio Medioli adquiriu um lote de 60 mil doses de ivermectina para distribuir à população, mas encontra resistência entre os próprios servidores da área da saúde.

As cápsulas foram feitas em laboratório de manipulação e adquiridas em junho pela Prefeitura de Betim. Elas seriam distribuídas por servidores, na rede pública, amparadas pelo decreto nº 42.197, de 15 de Julho de 2020, assinado pelo prefeito Vittorio Medioli, que instituía o Programa Antiparasitário.

Médicos e farmacêuticos do Serviço de Prevenção e Assistência a Doenças Infecciosas (Sepadi) em Betim redigiram um documento, encaminhado à prefeitura, no qual manifestaram parecer contrário ao uso da ivermectina no combate ao novo coronavírus. “Diante do exposto, os profissionais que contribuíram na construção deste documento não recomendam a utilização de ivermectina no tratamento ou profilaxia da COVID-19. Não existem evidências científicas sólidas que suportem o uso do fármaco em pacientes com formas leve, moderada ou grave da doença, tampouco com a finalidade de evitar sua instalação (uso profilático)”, diz o parecer técnico.

No dia 23 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução que autorizava a venda da Ivermectina apenas com o receituário médico de duas vias, com a primeira via sendo retida no estabelecimento. “O objetivo da norma é coibir a compra indiscriminada de medicamentos que têm sido amplamente divulgados como potencialmente benéficos no combate à infecção humana pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), embora ainda não existam estudos conclusivos sobre o uso desses fármacos para o tratamento da COVID-19.”, constava na resolução.